
Imagem, obra Les amants (1928), de René Magritte.
Gosto dessa imagem: ela é surrealista, “Os amantes” fala de algo mais óbvio: a impossibilidade de se conhecer alguém verdadeiramente. Amamos desconhecidos.
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Eu perguntava: "Por que você me ama?" e você dizia: "Não sei. Tentar descrever sentimentos com a linguagem é praticamente um crime. A língua é uma maldição.".
Questionei e torturei outros que afirmavam amar alguém. "Amo pelo intelecto"; "simplesmente ele nasceu para mim"; "eu a amo como meus amigos, mas faço sexo com ela"; "acredito em poliamor, não acredito em namoro"; "eu o amo como meus amigos, mas faço sexo com ele (mas sinto ciúmes)"; "eu gosto dele, mas não quero me apegar; não consigo ficar com ele pois nem compreendo meus sentimentos, como irei acreditar nos dos outros?"; "eu o amo porque ele me faz feliz; pensava que não era romântica, mas ele me mostrou como é bom ser assim"...
Há quem diga que o amor é uma droga. Digo mais! É uma loucura que pode fazê-lo sentir as coisas mais bonitas, coloridas, cintilantes! Ou mostra formas distorcidas, paisagens destroçadas, traz arrepios com desespero...
Vício. Aqueles que se declaram reabilitados ou que nunca se deixaram levar pelo doce sabor de algumas sensações estão iludidos.
Experimentaram sem querer. Uma violência.
Após uma fase de abstinência, um amigo disse: "Calma! Irá passar! Você não diz que nascemos e morremos todos os dias, que o sono é uma pequena morte?".
Todo dia uma batalha é iniciada; perderá a guerra quem não aceitar e preferir uma dose letal.
(...)
Questionei e torturei outros que afirmavam amar alguém. "Amo pelo intelecto"; "simplesmente ele nasceu para mim"; "eu a amo como meus amigos, mas faço sexo com ela"; "acredito em poliamor, não acredito em namoro"; "eu o amo como meus amigos, mas faço sexo com ele (mas sinto ciúmes)"; "eu gosto dele, mas não quero me apegar; não consigo ficar com ele pois nem compreendo meus sentimentos, como irei acreditar nos dos outros?"; "eu o amo porque ele me faz feliz; pensava que não era romântica, mas ele me mostrou como é bom ser assim"...
Há quem diga que o amor é uma droga. Digo mais! É uma loucura que pode fazê-lo sentir as coisas mais bonitas, coloridas, cintilantes! Ou mostra formas distorcidas, paisagens destroçadas, traz arrepios com desespero...
Vício. Aqueles que se declaram reabilitados ou que nunca se deixaram levar pelo doce sabor de algumas sensações estão iludidos.
Experimentaram sem querer. Uma violência.
Após uma fase de abstinência, um amigo disse: "Calma! Irá passar! Você não diz que nascemos e morremos todos os dias, que o sono é uma pequena morte?".
Todo dia uma batalha é iniciada; perderá a guerra quem não aceitar e preferir uma dose letal.
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De quantas facas se faz o amor
de quantas pedras se faz o vício
de quantos homens se faz o medo
de quantas noites se faz a morte
de quantas vidas se faz uma criança
de quantas ternuras se faz o tédio
de quantas horas
será feita a esperança que guardo
com sons de corpo arrastado
de quantas grutas será feita
esta humildade nas veias
que me acordam
de quantos poros será feito o mistério
de quantos gritos será feita uma religião
de quantos ossos será feita a maldade
de quantos crimes será feita
esta lua que mal começou
e já me deixou no hábito de apurar
os sentidos
(Fernando Lemos, poeta e artista gráfico surrealista português)
2 comentários:
Olá, Ariane.
Falando em amor, reproduzo abaixo a visão de um poeta libanês...
"Quando o amor vos chamar, segui-o, embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados; e quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe, embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos; e quando ele vos falar, acreditai nele, embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica. E da mesma forma que
contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol, assim também desce até vossas raízes e as sacode no seu apego à terra. Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez. Ele vos peneira para libertar-vos das palhas. Ele vos
mói até a extrema brancura. Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós para que conheçais os segredos de vossos
corações e, com esse conhecimento, vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso amor, procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor, então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez e abandonásseis a eira do amor, para entrar num mundo sem estações, onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Pois o amor basta-se a si mesmo."
Gibran Khalil Gibran
Obrigado pelo comentário *-*
adorei a Poesia . . . realmente a várias maneiras de se expor o amor
bjs =*
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